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Houve realmente um “principio de pânico” em relação a essa doença há aproximadamente dois anos e, desde de o início das comunicações médicas relacionando o Zika vírus e a microcefalia, a nossa recomendação e a recomendação das sociedades médicas em geral era de que a mulher que planejasse engravidar poderia fazê-lo de forma segura e consciente.

Apesar de um número significativamente elevado de casos quando essa doença virou notícia, rapidamente houve um declínio na incidência das microcefalias e, atualmente ela não tem se apresentado mais. Mantemos o texto abaixo para que as informações e as orientações (que ainda estão atuais) sejam seguidas.

Planeje a sua gestação e engravide sem problemas. Somente se informe a respeito da doença e de como é possível evitá-la.

Apesar da infecção pelo Zika vírus não ter sido nunca relacionado à microcefalia, o aumento assombroso na incidência dessa deformação no nordeste brasileiro, em outras regiões do Brasil e outros países, tem relação direta com essa infecção viral que, até então, era considerada banal e destituída de maiores riscos. 

No entanto, a epidemia de Zika vírus realmente ainda é bastante preocupante por dois motivos:

  • Tradicionalmente o Brasil não lida bem com o controle de doenças infecto-contagiosas que não sejam imunopreveníveis (doenças que ainda não possuem vacina);
  • A grande maioria das infecções pelo Zika vírus é assintomática e, portanto, passa despercebida pelo doente.

O vírus Zika foi isolado pela primeira vez em 1947, a partir de macacos Rhesus utilizados como sentinelas para detecção de febre amarela, na floresta Zika, em Uganda, o que motivou sua denominação. Até recentemente, a infecção pelo vírus Zika vinha sendo considerada uma enfermidade endêmica em países do Sudeste da Ásia, África e Oceania. Emergiu na região das Américas em 2015, na região Nordeste do Brasil. Embora a primeira evidência de infecção humana pelo vírus Zika tenha ocorrido em 1952, somente a partir de um grande surto na Micronésia, em 2007, a comunidade internacional passou a conhecer o Zika vírus e seu potencial epidêmico. O vírus Zika é um arbovírus do gênero Flavivírus, família Flaviviridae, cuja possível associação com a ocorrência de microcefalia não havia sido identificada anteriormente. Até o momento, são conhecidas e descritas duas linhagens do vírus Zika, uma africana e outra asiática. Esta última é a linhagem identificada no Brasil.

Para que ocorra a transmissão da doença, além da presença de pessoas infectadas pelo vírus Zika, é necessário um vetor biológico, o mosquito Aedes aegypti – que é o mesmo vetor da Dengue e da Chikungunya. O Aedes é amplamente encontrado em todo o território nacional e tem sido combatido (sem sucesso) há vários anos devido aos repetitivos surtos de Dengue relacionados a ele. 

Não está totalmente definido ainda qual o período mais crítico em relação à infecção e idade gestacional, mas aparentemente quanto mais cedo na gestação ocorre a infecção, mais grave ela será para o feto. Acredita-se que o período de maior risco seja abaixo de 12 (doze) semanas de gravidez, mas não se exclui totalmente que infecções mais tardias não possam causar algum dano (mesmo que em menor intensidade). 

Os sintomas apresentados pelos infectados são normalmente leves e de curta duração - em torno de 4 a 7 dias. Os mais comuns são os seguintes:

  • Febre baixa ou, eventualmente, ausente;
  • Exantema maculopapular (pequenas “alergias” pelo corpo);
  • Dores articulares, dores musculares e dores de cabeça – todas normalmente leves; 
  • Olhos avermelhados;
  • Menos frequentemente - inchaços, dor de garganta e ao falar, tosse seca e alterações gastrointestinais, principalmente vômitos.

Ressalta-se que menos de 20% dos pacientes apresentam sintomas, ou seja, as formas assintomáticas são muito mais frequentes. Formas graves e fatais da doença são muito raras.

O diagnóstico laboratorial já está disponível e pode ser feito colhendo-se amostra de sangue materno para realização de um exame específico chamado RT-PCR que confirma a infecção pelo Zika vírus. Além desse exame específico, são solicitados outros exames para uma avaliação “geral” do paciente. 

No estado do Paraná, casos suspeitos devem ser comunicados obrigatoriamente ao Serviço de Vigilância Epidemiológica  - mesmo que a paciente esteja sob supervisão médica em serviço particular ou pelo seu convênio - e devem partir das seguintes premissas:

  • Toda grávida com história de doença exantemática aguda suspeita de infecção por Zika vírus, em qualquer período da gestação ou até 40 dias antes de engravidar; ou 
  • Identificação de feto com microcefalia (circunferência craniana aferida menor que dois desvios padrão abaixo da média para a idade gestacional) identificada na rotina de exames do pré-natal, por qualquer método de imagem; ou
  • Nascido vivo, natimorto ou aborto com perímetro cefálico aferido ao nascimento menor que 2 desvios padrão (abaixo do percentil 3) para a idade gestacional e desproporcionalmente abaixo das curvas de peso e altura. Para prematuros (<37 semanas de idade gestacional) utilizar as curvas de crescimento de Fenton; ou
  • Feto ou recém-nascido com alterações no Sistema Nervoso Central sugestivas de infecção congênita.


Somente médicos têm as ferramentas para fazer essa comunicação ao serviço público. 

Não há um tratamento específico e nem vacina disponível para prevenção da doença. Como é uma nova doença viral, a grande maioria da população está suscetível a ela e não se sabe se existe a produção de imunidade permanente após a aquisição da infecção. Os tratamentos disponíveis se dirigem aos sintomas gerais apresentados pelos pacientes. A exemplo de outras doenças virais, deve-se evitar o uso de AAS pelo risco de complicações hemorrágicas. Também não há tratamento para os casos de microcefalia, devendo cada criança ser acompanhada individualmente para se contornar as deficiências que possam surgir.

Como não há um tratamento específico para a virose e como há um país inteiro suscetível à infecção, a melhor estratégia de combate se baliza nos seguintes tópicos:

  • Combater o mosquito Aedes aegypti (vetor) intensificando as ações de controle, principalmente a eliminação de criadouros do vetor nos domicílios, pontos estratégicos e áreas comuns de bairros e cidades (por exemplo: parques, escolas e prédios públicos);
  • Organizar campanhas de limpeza urbana para eliminação de depósitos em áreas específicas em que a coleta de lixo não é regular;
  • Implementar medidas de controle nos locais de reprodução do vetor através da utilização dos métodos preconizados nas diretrizes nacionais: eliminação e tratamento de depósitos, envolvendo ativamente os moradores e a comunidade por intermédios de  ações educativas.

Além do combate efetivo ao vetor, TODAS as pessoas, mas ESPECIALMENTE MULHERES que planejam engravidar em breve ou que já estejam grávidas devem seguir a diretrizes preconizadas na sequência:

  • Evitar viagens a regiões onde conhecidamente estão ocorrendo mais casos de Zika vírus e de microcefalia. Se for necessário fazê-lo, utilizar as medidas de proteção listadas abaixo. Essa é uma recomendação relativa, pois se acredita que muito em breve o vírus circulará por todo o país.
  • Orientar-se sobre a natureza e a qualidade daquilo que se ingere (água, alimentos, medicamentos) e o potencial desses produtos afetarem o desenvolvimento do bebê.
  • Proteger-se das picadas de insetos durante a gestação das seguintes formas:
  1. Evite horários e lugares com presença de mosquitos;

  2. Sempre que possível utilize roupas que protejam partes expostas do corpo;

  3. Consulte o médico sobre o uso de repelentes e verifique atentamente no rótulo as orientações quanto à concentração e frequência de uso recomendada para gestantes. Produtos a base de Dieltil-meta-toluamida (DEET) podem ser usados com segurança na gestação – repelentes comerciais como Autan, Off e Super Repelex - possuem concentrações adequadas de DEET e podem ser utilizados sem problemas Também produtos a base de Icaridina (comercialmente encontrado como Exposis Adulto) podem ser utilizados. Repelentes “naturais” como a citronela não tem comprovação científica de sua efetividade e devem ser evitados. No site http://www7.anvisa.gov.br/datavisa/Consulta_Produto/consulta_cosmetico.asp. se encontra lista completa de produtos repelentes aprovados pela ANVISA. Como boa parte do que é público não funciona direito, as informações são incompletas. Mas é o site oficial. Um outro excelente local de consulta disponível online é http://www.scielo.br/pdf/rpp/v27n1/13.pdf. Além de uma excelente introdução sobre a gravidade que representa as doenças transmitidas por mosquitos, há uma ótima revisão dos produtos disponíveis no mercado. As orientações são voltadas às crianças, mas podem ser estendidas às gestantes sem problemas.

  4. Permanecer, principalmente no período entre o anoitecer e o amanhecer, em locais com barreiras para entrada de insetos como telas de proteção, mosquiteiros, ar-condicionado ou outros disponíveis.

  5. Se houver qualquer alteração no seu estado de saúde, principalmente no período até o 4º mês de gestação, comunique o fato aos profissionais de saúde (médicos obstetras, médico ultrassonografista e demais componentes da equipe de saúde) para que tomem as devidas providências para acompanhamento da gestação.

  6. Como já há comprovação de transmisão sexual do Zika vírus, o Colegio Americano de Obstetrícia e Ginecologia (ACOG) e o Centro de Controle de Doenças (CDC) recomendam que os parceiros de pacientes gestantes utilizem ao longo de toda a gestação, utilizem preservativos. Como a doença é assintomática na grande maioria das vezes o uso do preservativo visa evitar essa via de transmissão do vírus.

  • No atendimento de pessoas sabidamente contaminadas, para minimizar o contato vetor-paciente, recomenda-se:
  1. A pessoa infectada repousar sob mosquiteiros impregnados ou não com inseticida;

  2. O paciente e os demais membros da família devem usar mangas compridas para cobrir as extremidades;

  3. Usar telas protetoras nas portas e janelas do aposento em que se encontra a pessoa infectada com os vírus Zika, Chikungunya ou Dengue. Pessoas infectadas são o reservatório de infecção para outras pessoas, tanto em casa como na comunidade. Portanto, medidas de proteção pessoal para minimizar a exposição dos pacientes aos mosquitos, tornam-se imperativas para evitar a propagação do vírus e, consequentemente, da doença. É importante informar a pessoa infectada e outros membros da família e da comunidade sobre os métodos para minimizar este risco, tanto por intermédio da redução da população do vetor como da possibilidade de contato entre o vetor e as pessoas sabidamente infectadas.

O uso de inseticidas e de repelentes domésticos de mosquitos são totalmente liberados durante a gestação. Deve-se manter uma distância mínima de 2 metros do local em que está sendo aplicado o repelente e, no caso de inseticidas, afastar-se do local durante a aplicação. Pode haver casos individuais de sensibilidade respiratória (asma) ou cutânea (alergia) a esses produtos que necessitam de orientação médica específica.

Como em toda a infecção, a prevenção é a melhor medida a ser tomada. 

No seguinte link: http://www.cdc.gov/zika/pregnancy há uma ótima e atualizada revisão sobre o tema (em inglês e em espanhol) emitida pelo CDC (Centro de Controle de Doenças) dos Estados Unidos.


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